O Centro Integrado de Atendimento à Mulher (Ciam), referência para atendimento de mulheres em situação de violência na Baixada Fluminense, está no meio de um impasse. Fechado desde novembro, o espaço, no Bairro da Luz, em Nova Iguaçu, hoje é ocupado pela ONG Fama, mas está sendo reivindicado por movimentos sociais para a volta das atividades do Ciam.

O fórum se reuniu com a Coordenadoria de Mulheres de Nova Iguaçu, o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim), a Defensoria Pública, a deputada federal Jandira Feghali, o grupo Fama e a Comissão de Direitos da Mulher da Alerj, na sexta-feira (13), na Prefeitura de Nova Iguaçu. No encontro, o vice-prefeito Ferreirinha se comprometeu a realocar a ONG em outro espaço, caso o Ciam volte a funcionar no Bairro da Luz.

Com o fechamento oficial do prédio em novembro, o local virou ponto de consumo de drogas. Voluntários e profissionais da ONG Fama revitalizaram o prédio e o entorno.

O Ciam foi inaugurado em 2008. Enquanto funcionava, eram oferecidos atendimentos psicológico, social e jurídico a mulheres vítimas de violência. No espaço, que contava com um auditório, havia capacitação profissional. Desde o ano passado, porém, o atendimento é realizado numa sala, no anexo da 58ª DP (Posse).

— Esse atendimento era acolhedor. Quando você retira o atendimento daqui e coloca num lugar que não foi pensado para isso, afasta essas mulheres — explica Ana Carolina Almeida, do Fórum Regional de Direitos das Mulheres da Baixada Fluminense.

Segundo o fórum, em janeiro de 2014 foram destinados R$ 750 mil para a reforma do Ciam e, em 2015, os recursos estavam disponíveis na Secretaria de Estado de Fazenda. Mas o processo licitatório foi suspenso e não há informações sobre o destino da verba.

Procurada, a Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos, através da Subsecretaria de Políticas para Mulheres, disse que “não houve interrupção do atendimento oferecido pelo Ciam” e que, desde novembro de 2017, “o centro funciona na Av. Henrique Duque Estrada Mayer 149, Alto Posse”. A pasta também afirmou que a escolha do novo espaço ocorreu “visando atender às diretrizes específicas para o funcionamento dos Ciams e possibilitar, dessa forma, o atendimento adequado”. Não se pronunciou, contudo, sobre o dinheiro reclamado pelo fórum.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB), que esteve na reunião, disse que vai cobrar informações ao estado:

— O governo tem que dar conta desse recurso: o valor total, para onde foi e onde foi usado. Vou requerer reunião com a secretaria.

A Prefeitura de Nova Iguaçu informou, em nota, que o imóvel não pertence ao município. Segundo a administração, “caso o Governo do Estado reocupe as instalações obrigando a saída dos integrantes do projeto Fama do prédio, a prefeitura vai analisar o que poderá ser feito, uma vez que o município passa por uma grave crise financeira, deixada pela gestão passada”.

A nota também diz que o serviço de capina é feito periodicamente na região, que atende toda a extensão da Rua Bernardino de Mello, e que hoje terá uma equipe no local.

Com informações do jornal EXTRA

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